quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Por R$ 500, ex-delegado chefe da PF é condenado a multa 100 vezes maior

Ele teria exigido o montante do dono de um posto de combustíveis onde a corporação mantinha fundo

CONDENADO - Washington da Cunha Menezes terá que pagar multa de R$ 500 mil por improbidade administrativa - Foto: Arquivo
Acusado de exigir R$ 500 do dono de um posto de combustíveis da cidade e ainda fazê-lo emitir cinco notas fiscais para justificar o gasto, o ex-delegado chefe da Polícia Federal de Marília, Washington da Cunha Menezes, terá que pagar uma multa 100 vezes maior a esse valor, caso contrário terá os bens bloqueados pela Justiça.
A condenação é referente a mais um processo que tem Menezes como réu e é fruto de desdobramentos da “Operação Oeste”, deflagrada em maio de 2007 pela própria Polícia Federal que desbaratou uma quadrilha formada por policiais, advogados e empresários envolvidos com o crime organizado.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal) - a ação de improbidade administrativa foi impetrada pelo procurador da República em Marília, Célio Vieira da Silva -, o ex-delegado não pode mais recorrer da sentença. Assim que for notificado, ele terá 15 dias para depositar os R$ 500 mil e também ressarcir os R$ 500 ao posto de combustíveis.
Além disso, seus direitos políticos foram cassados pelos próximos oito anos - não poderá votar nestas eleições, por exemplo - e ele também está proibido de fazer contratações em nome do poder público por dez anos. Segundo o procurador, a multa foi calculada levando em conta a gravidade do crime, não o valor desviado.
HISTÓRICO
Menezese é alvo de processos nas esferas cíveis e criminais na Justiça Federal de Marília por crimes e atos de improbidade desvendados pela “Operação Oeste”.
Em oito processos, o ex-delegado já foi condenado a 16 anos e oito meses por peculato (duas vezes) e concussão. Já por improbidade administrativa, ele teve suspenso os direitos políticos e sofreu várias multas.
Ele também é investigado em inquéritos policiais em andamento. Um em Marília por peculato (caso de achaques a sacoleiros) e outro em uma das Varas Especializadas em Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro de São Paulo.
Recentemente, ele também virou réu em processo que é acusado de falsidade ideológica e fraude processual pela venda de um imóvel que estava indisponível desde 2007 por conta de decisões judiciais em ações de improbidade administrativa propostas pelo MPF. Recentemente, ele teve pedido de absolvição sumária negado pela Justiça.




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