Associação dos Deficientes Físicos elege nova diretoria
Críticas são feitas em relação às rampas
que, segundo ele, ainda são insuficientes e, na maioria dos casos, está
fora dos padrões para as cadeiras de roda
ASSOCIAÇÃO - Dorival Galina, AADEF. Entidade defende acessibilidade como direito do cidadão - Foto: Ricardo Prado
A AADEF (Associação de Apoio ao Deficiente Físico) elegeu no
último dia 15 a nova diretoria para o triênio 2013-2015. O objetivo da
entidade é a busca da acessibilidade como direito do cidadão e não como
regalia. Segundo o tesoureiro da entidade, Dorival Galina, a falta da
acessibilidade é um problema que se arrasta há anos e que sem ações
efetivas compromete a qualidade de vida dos portadores de necessidades
especiais.
De acordo com ele, um projeto de acessibilidade que engloba todos os
setores de Marília já foi encaminhado ao poder público na gestão
anterior, sem avanços. Agora, conforme informações do setor de
Planejamento da Prefeitura, deverá ser revisto pela atual administração.
Na avaliação de Galina, a falta de acessibilidade está presente no
transporte, prédios, restaurantes, hotéis e demais espaços público.
“Temos encontrado muitos problemas nas vagas de estacionamento
reservadas ao deficiente. O espaço está ali, mas acaba sendo
desrespeitado, usado por quem não precisa. Isso se tornou uma prática
muito comum nos shoppings e supermercados”, comenta.
Longe de ser um problema somente de Marília, a acessibilidade é um
desafio para pessoas com deficiência em todo o País. “Infelizmente o que
mais se vê quando se fala em atenção às pessoas portadoras de
necessidades especiais é o desrespeito ao direito básico do cidadão, que
é o de ir e vir”, critica.
Para o cadeirante Marcelo Alexandre Barbosa, as dificuldades
encontradas pelos portadores de necessidades especiais são enormes e a
luta pela garantia de direitos, eterna. “Além da acessibilidade, a falta
de mobilidade é um dos grandes problemas enfrentados pelos deficientes.
A cidade não se organizou para isso,” comenta.
De acordo com ele, o direito esbarra na burocracia. “Temos direito a
uma série de benefícios, mas fazer valer é o mais difícil”, afirmou.
Apesar disso, Barbosa acredita que muita coisa já melhorou, a exemplo do
transporte coletivo. A empresa dispõe de um ônibus adaptado por linha.
“O problema é que o ônibus adaptado atende a todos os passageiros, já o
convencional não atende o cadeirante. Se um carro quebra, ficamos na
mão”, comentou.
Críticas também são feitas em relação às rampas que, segundo ele,
ainda são insuficientes e, na maioria dos casos, está fora dos padrões
para as cadeiras de roda. “Eu mesmo já cai uma vez por causa da rampa
ser muito íngreme. Diante de tantas dificuldades, na rua, não sou
ninguém. A gente precisa ser visto como cidadão e ter nossos direitos
respeitados”, frisou.
A Associação dos Deficientes Físicos está em novo endereço, na rua Amazonas, 527.