quarta-feira, 20 de junho de 2012


Gripe suína pode ter feito a terceira vítima fatal em Marília

Ao todo município contabiliza dez suspeitas. Vacinação contra a doença não deve ser estendida a toda população

MORTE - Aposentado, Tiode Mitsuka, que teve morte suspeita de gripe suína no final da tarde de ontem - Foto: Ricardo Prado

A secretaria da Saúde confirmou ontem (19) a terceira morte suspeita do vírus Influenza A H1N1, mais conhecido como gripe suína. A vítima foi o aposentado Tiode Mitsuka, 71, que morreu no final da tarde de segunda-feira (18) no HC (Hospital das Clínicas), onde estava internado desde o último sábado. As outras duas mortes suspeitas registradas no final de semana são do chapeiro Junior Volpe Rocha, 31, e o garçom Miguel de Francisco Celestino, 32, que também estiveram internados no HC. A coleta de sangue e secreção foi efetuada e enviada para o Instituto Adolfo Lutz onde será analisada.
Segundo informações da Vigilância Epidemiológica do município de janeiro até agora foram registrados dez casos suspeitos da gripe, sendo que oito foram diagnosticados no Hospital das Clínicas. De acordo com assessoria de imprensa do hospital, deste total, três aguardam resultado, quatro foram apontados como negativos e um positivo, porém para o tipo influenza sazonal. Já na Santa Casa de Misericórdia foi registrada uma suspeita. Paciente de Marília que esteve internada no último final de semana chegou a ficar na UTI por conta de agravamento no quadro respiratório, mas foi liberada e passa bem.
O sepultamento do aposentado ocorreu na tarde de ontem no cemitério da Saudade. O estudante Cesar Mitsuka, filho do aposentado, conta que o pai estava em tratamento contra asma há quatro meses. Ele afirma que o laudo do óbito consta como insuficiência respiratória. “Acreditamos que está praticamente descartada a doença, mas como é procedimento aguardamos o resultado do exame”, diz o estudante.
Já Adriana Rocha, esposa de Junior, explica que por precaução também fez o exame de sangue e aguarda o resultado. O chapeiro deixa duas filhas, uma de oito e outra de dez anos.
A secretaria da Saúde informou por meio de assessoria de imprensa que a partir da notificação a equipe da área de residência do paciente é avisada para o desencadeamento de ações de prevenção e controle com as pessoas que têm contato prolongado com o paciente. Neste caso os pacientes são dos bairros Castelo Branco, Alto Cafezal e São Miguel. A nota destaca que não é necessário o isolamento dos familiares.
Em 2009 cidade viveu uma epidemia, com 108 casos confirmados até 19 de dezembro. Ao todo foram seis óbitos - dois homens e quatro mulheres.
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37% da população alvo ainda não foi imunizada

Mesmo com as últimas ocorrências a secretaria de Saúde não pretende estender a vacinação além do grupo de risco (gestantes, crianças até dois anos, idosos com mais de 60 anos, obesos e portadores de doenças de base como asma e bronquite).
Desde a última sexta-feira (15), a vacinação contra gripe foi prorrogada pela quarta vez, para ampliar a cobertura vacinal. De 5 de maio até 14 de junho, a cobertura atingiu 73,22% da população estimada. A população a ser vacinada contra gripe em Marília era de 39.301 pessoas, sendo 28.629 idosos, 4.038 crianças, 2.787 gestantes e 3.847 trabalhadores da saúde.
Levantamento realizado pela Vigilância Epidemiológica aponta que foram imunizadas contra gripe 2.693 crianças menores de 2 anos (66,69%). No grupo de gestantes, a cobertura atingiu 41,26% da população estimada, sendo vacinadas 1.150 mulheres. Os trabalhadores da Saúde alcançaram a cobertura de 95,54%, sendo imunizados 3.670 profissionais. Foram vacinados 20.815 idosos no período, atingindo a cobertura de 72,71% da população estimada. O aposentado Alberto Carlos Cunha, 78, já foi imunizado e relata os benefícios. “Desde que comecei a tomar a vacina não contrai mais gripe, é impressionante como tem pessoas que acreditam que possa fazer mal. Isto é mito”.
A infectologista Luciana Sgarbi fala da importância da vacina e de atenção aos sintomas dos quadros da gripe. “Caso o paciente perceba agravamento, que geralmente ocorre no quinto dia, deve procurar o médico para ter um diagnóstico”, orienta. Os sintomas são febre, tosse ou dor de garganta, acompanhada de pelo menos um dos sintomas como dor de cabeça, dor no corpo e dor nas articulações.
A prevenção passa por atitudes básicas como lavar as mãos, evitar locais com aglomeração e proteger a boca ao tossir e espirrar.




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Quarta-feira, 20 de junho de 2012

Projeto devolve contribuição ao INSS para aposentado que trabalha

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira, projeto determinando que o aposentado que continuar trabalhando deverá receber de volta os valores descontados do salário referentes às contribuições ao INSS.

O projeto, que está sendo analisado em caráter conclusivo e não precisará ser aprovado em plenário, passará por mais duas comissões: a de Finanças e Tributação e a de Constituição e Justiça antes de ser encaminhado ao Senado.

A proposta prevê que a devolução, chamada de pecúlio, seja feita em pagamento único no valor de todas as contribuições à Previdência após o pagamento do primeiro benefício quando o
segurado se afastar definitivamente do trabalho.

Hoje, o aposentado que trabalha precisa pagar as contribuições ao INSS normalmente. O valor não é devolvido quando o segurado deixa o trabalho nem pode ser somado à aposentadoria que já é paga pelo INSS.

A devolução das contribuições ao aposentado era feita pelo INSS até 1994, quando a regra foi modificada pela governo federal.

Atualmente, o INSS só devolve as contribuições aos segurados que se aposentaram antes de abril de 1994 e continuaram a trabalhar na mesma empresa até junho de 2007.