quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Bancários fecham acordo em 7,5% e agências voltam a funcionar hoje

Paralisação durou nove dias; contraproposta foi aceita por maioria em assembleia

VOTAÇÃO - Em assembleia realizada ontem à noite entre a categoria bancária, ficou decidido o fim da greve da classe em Marília - Foto: Ricardo Prado
Em assembleia realizada na noite de ontem, na sede do sindicato dos bancários de Marília, a categoria decidiu encerrar a greve que durou nove dias, após aprovar reajuste salarial de 7,5% proposto pelos bancos. A categoria também terá aumento de 8,5% no piso e no vale refeição, além de acréscimo de 10% na PLR (Participação nos Lucros e Resultados). O presidente do sindicato dos bancários, Edilson Julian, considera justo o aumento, já que ao final das contas, contraproposta atende pedido dos bancários.
“Nós queríamos valorização do piso e do vale refeição e tivemos isso. Nestas condições são 2% de aumento real e 2,9% de aumento do piso, que reflete em uma alta que representa 45% da inflação no ano. Não é uma alta expressiva, mas não podemos ignorar”, diz.
Segundo ele, o acordo foi orientado pelo comando nacional dos bancários que estava a favor da contraproposta. Comparado ao ano passado, quando categoria conquistou 9% de aumento, o índice foi menor, entretanto, Julian justifica que os índices diferentes podem trazer uma variação no aumento real.
Apesar do impasse da paralisação, ele comemora o fato da greve ter se encerrado logo no início. “No ano passado ficamos 21 dias em negociação, o que é realmente ruim para a população. Ainda bem que este ano eles foram mais flexíveis e conseguiram atender aos nossos pedidos em menos de duas semanas”, fala. Em relação aos itens da pauta de reivindicações como saúde e segurança, Julian diz que ficou acordado que haverão novos encontros onde serão discutidos em mesas temáticas os assuntos específicos. “Assim, ambas as partes encontrarão formas de melhorar as condições para esses dois assuntos, sem o impasse da paralisação”, fala.
Quem estava insatisfeito com a paralisação era a população que já contava prejuízos por conta do não funcionamento das agências. O pedreiro João Paulo Monte Lima, 22, conta que precisou realizar diversos serviços bancários e por conta da paralisação não conseguiu fazer saque acima do limite do caixa eletrônico, nem recuperar cheque.
O pedreiro Juscélio Souza, 29, sugere que nos próximos anos os bancários criem uma alternativa para não prejudicar a população. “Deveria haver outra solução, como metade do serviço garantido ou outra medida. Mas do jeito que está fica difícil até a gente apoiar eles, porque todos os anos são iguais. Os bancários pedem aumento, os banqueiros não cedem, os trabalhadores entram em greve e quem paga o pato é a população”, critica.




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