BENEDITO HENRIQUE
Os servidores da Justiça Federal 1ª instância de Marília paralisaram
as atividades ontem (10) das 14h às 17h e ameaçam entrar de greve em 29
de abril, acompanhando o movimento deflagrado por 56 sindicatos da
categoria em todo o país. Em Marília, a ação contou com a participação
de pelo menos 50 pessoas incluindo funcionários da Justiça Federal,
Justiça Eleitoral, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e
Ministério Público Federal. Os servidores organizaram o manifesto na
frente da Justiça Federal de Marília.
Através do ato de protesto, as categorias expuseram as suas
reivindicações ao Governo Federal. Cerca de 50% do efetivo da Justiça
Federal ficou de braço cruzado durante as três horas de mobilização.
Marília realizou movimento semelhante no último dia 19 de março em ação
que fez parte das ações relacionadas ao Dia Nacional de Mobilização. Na
ocasião cerca de 70% da categoria aderiu ao movimento.
João Carlos Carvalho da Silva, diretor da base do Sindicato dos
Trabalhadores Judiciários Federais do Estado de São Paulo em Marília,
relata dificuldades em negociar salário e plano de carreira com o
Governo Federal. Silva expõe as solicitações da Justiça Federal ao
governo.
“O motivo da mobilização feita pelos servidores da Justiça Federal de
Marília, assim como em todo o Brasil, é pressionar o governo e o
supremo a negociar com a categoria. Estamos solicitando a reposição da
perda salarial correspondente à inflação verificada entre os anos de
2006 e 2013 que chega a 36,48%. Queremos a criação de um grupo de
trabalho para discutir o plano de carreira”, frisa a oficial de justiça
Maria Aparecida Freire.
Servidores da Justiça Federal, Justiça Eleitoral, Polícia Federal,
Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério Público Federal
participaram do manifesto na frente da Justiça Federal de Marília
reivindicando respeito à data-base, salário e plano de carreira. Os
funcionários buscam uma alternativa conjunta na tentativa de pressionar o
governo. As categorias são favoráveis à realização de mobilização
unificada em todo o Brasil.
No caso da Justiça Federal, João Carlos destaca que as tentativas de
entendimento com o governo se arrastam há mais de 7 anos. O último
reajuste salarial à categoria foi dado em 2006.
De acordo com o diretor do sindicato, os técnicos das universidades
federais já estão em greve. “Nós pretendemos realizar um movimento
unificado, ou seja, com as participações de todos os servidores públicos
federais”, lembra.
Entre as principais reivindicações dos servidores da Justiça Federal
estão o plano de carreira e a reposição salarial da categoria. “Outro
problema é que muitos servidores da área técnica foram desviados de suas
funções originais. Eles realizam tarefas mais complexas que as suas
atribuições. Ao invés de abrir concursos os técnicos estão realizando
outras funções”, destaca Silva.
A greve da categoria pode ser iniciada no dia 29 de abril. “Em 2013
houve apenas uma reposição salarial de 15,08% parcelada em 3 anos.
Estamos em ano de eleição e copa do mundo. É o momento ideal de iniciar a
greve. A proposta está sendo analisada já que os órgãos de cúpula não
estão atendendo às reivindicações da categoria”, finaliza João Carlos
Carvalho da Silva.