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Reginaldo
Mateus terminou de cumprir sua dívida com a sociedade há 4 meses e
carteira assinada possibilita sua reinserção social, além de garantir o
sustento da família - Alexandre de Souza
LEONARDO MORENO
Após passar 12 anos preso, Reginaldo Mateus, 33 anos, terminou de
cumprir sua dívida com a Justiça há quatro meses e desde então vive sua
segunda chance como ajudante na construção civil. Em entrevista ao
Diário ele garantiu que não quer nunca mais voltar ao mundo do crime e
declarou que hoje vive para cuidar da família, formada pela esposa e os
quatro filhos do casal - dois dele e dois dela. Sua motivação tem
explicação: conseguiu um emprego formal.
Para sensibilizar empresários, diretores e gerentes de empresas
locais em relação ao assunto e estimulá-los a contribuir com a
reinserção social de egressos do sistema prinsional, a Central de
Atenção ao Egresso e Família programou uma palestra às 19h30 de hoje, no
auditório do piso superior da Biblioteca Municipal, na avenida Sampaio
Vidal, no Centro de Marília.
Para um egresso do sistema prisional conquistar trabalho com carteira
assinada não é nada fácil e especialistas apontam que esse é um dos
motivos que fazem com que a grande maioria dos presos brasileiros seja
reincidente. “É muito preconceito com o ex-presidiário e a falta de
oportunidades atrapalha a ressocialização. 95% das pessoas que conheci
atrás das grades acabam vivendo de pequenos bicos quando saem”, diz
Reginaldo.
Em Marília, a Central de Atenção ao Egresso e Família, ligada a SAP
(Secretaria da Administração Penitenciária) por meio da Coordenadoria de
Reintegração Social e Cidadania, possui um cadastro com mil nomes e
cerca de metade deles está em busca de emprego. No entanto, segundo a
psicóloga e coordenadora do órgão, Mônica Crude, a oferta de trabalho
para esse público ainda é muito baixa.
“Temos algumas parcerias principalmente com indústrias locais, mas
ainda é preciso que o empresariado se abra mais para a ideia. A resposta
que temos por parte dos que contratam é de satisfação”, diz ela. Antes
de serem enviados para o mercado de trabalho, os egressos passam por
cursos e treinamentos. Seus familiares também são beneficiados pela
Central, que oferece ainda apoio psicológico e sócio assistencial.
O gerente de uma empresa de ferragens e armações, Carlos Roberto
Ferreira de Brito, oferece oportunidades para egressos desde 2009. Ele
foi responsável pela contratação de Reginaldo, personagem que abre essa
matéria e afirma: “Estou cumprindo minha responsabilidade social. Mais
pessoas deveriam fazer o mesmo”. Ele ressalta ainda características como
gratidão e comprometimento desses trabalhadores e conclui dizendo que
“o que falta muitas vezes é apenas uma mão estendida”.
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