Merenda segue preso na Penitenciária de Ribeirão Preto - Alexandre de Souza
CARLOS RODRIGUES
A Justiça de Marília condenou, durante sessão do júri realizada
ontem, Wesley Fernando Santana, o “Merenda”, 25 anos, pela participação
na morte do servente de pedreiro Lincoln Gabriel Ramos, 23, em 2011. O
crime foi um dos episódios mais violentos durante a “guerra do Bronks”,
uma favela próxima ao jardim Bandeirantes, zona oeste da cidade. Foram
mais de cinco horas de julgamento.
Por maioria, os jurados reconheceram materialidade e autoria do
crime. Merenda foi condenado por homicídio qualificado, pelo fato do
homicídio ter motivo torpe (vingança) e ter ocorrido de forma que
dificultou a defesa da vítima (à emboscada). O servente foi morto com
pelo menos 13 tiros em um beco próximo a sua casa, na noite do dia 19 de
julho de 2011. Ele foi alvo de um grupo de aproximadamente dez
criminosos encapuzados e armados que estariam em busca de vingança.
O réu, que cumpre pena na Penitenciária de Ribeirão Preto, foi
defendido pelo advogado Thiago Ferreira de Araújo e Silva. O defensor
tentou demonstrar não haver periculosidade no acusado, que embora já
tenha respondido a processo por tráfico, foi absolvido. A condenação por
roubo está, segundo o defensor, em análise de segunda instância, o que
faz de Merenda, tecnicamente, réu primário.
Já o promotor Rafael Abujamra demonstrou as conexões entre a morte de
Lincoln e seus executores. Dois já foram condenados e um terceiro
aguarda julgamento. Para o Ministério Público, não há dúvidas da
participação de Merenda e os motivos do crime.
Segundo as investigações da polícia, o bando procurava por Maycon
Rodrigo Bernardes Ramos, 32 anos, suspeito de matar, dias antes, um
adolescente de 17 anos na comunidade. Ele estava ausente, porém os
bandidos se depararam com seu irmão e abriram fogo.
OUTROS RÉUS
Alex Soares Pereira, conhecido como “Batchaca”, 31 anos, foi o
primeiro a ser julgado pelo crime. Em 2013, ele foi condenado a 16 anos e
quatro meses de cadeia. Já no ano passado, o Tribunal do Júri de
Marília condenou o desempregado Werner Alves da Silva, vulgo “Beco”, 26,
a cumprir 21 anos e quatro meses de prisão. Ele ainda recorre da
sentença.
Luís Carlos da Silva Góis, conhecido como “Milei”, 22, ainda aguarda
sentença, porém obteve o benefício da prisão albergue domiciliar devido a
problemas de saúde.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário