Santa Casa de Marília ameaça parar de atender pelo SUS a partir do dia 12
A situação deve ocorrer em decorrência da defasagem da tabela do SUS acumulando déficit na entidade de R$ 1,5 milhão por ano
A Santa Casa de Misericórdia de Marília ameaça paralisar os
atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde) a partir do dia 12 de
dezembro. A situação será decidida em assembleia nacional que será
realizada em Brasília, com a presença de representantes das Santas Casas
de todo país. O movimento é decorrente da ação “Tabela SUS: Reajuste
Já”
O movimento alega que as Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos do
Brasil são responsáveis por 57% da assistência do SUS, por isso
imprescindível ao setor público. Mas as entidades estão sofrendo com
situação econômica e financeira, decorrente de déficit continuado na
relação dos serviços prestados pelo SUS com os pagamentos repassados.
Segundo a superintendente da Santa Casa de Marília, Kátia Ferraz
Santana, a tabela do SUS não é reajustada há 10 anos, por isso a
necessidade de uma paralisação com intuito de mobilizar o governo
federal.
“Caso a paralisação seja aprovada, serão mantidos apenas os
atendimentos de urgência e emergência, por isso cerca de mil pessoas por
dia serão prejudicadas, mas não deixaremos de realizar atendimentos que
coloquem em risco a vida da população. Esse movimento busca melhorar as
condições de trabalho, para não prejudicar ainda mais os usuários no
futuro”, afirma Kátia.
O provedor da entidade, Milton Tedde, reafirma que os repasses são
insuficientes para manter o atendimento. Segundo ele, falta bom senso do
governo com a saúde pública. Durante coletiva de imprensa realizada na
tarde de ontem (30), a superintendente apresentou a situação financeira
da entidade. Segundo ela, o valor projetado do déficit da entidade em
2012 deve ultrapassar R$ 1,5 milhão. Em 2011 a diferença entre receitas e
despesas foi negativa em R$ 683 mil. No período foram repassados aos
cofres da Santa Casa 25,2 milhões, enquanto os gastos ultrapassaram R$
38 milhões.
“O governo atende apenas 60% dos gastos totais. Por mês temos um
gasto de cerca de R$ 4 milhões e os repasses totalizam R$ 2,5 milhões.
Tudo sobe anualmente, porém a tabela continua congelada”, reafirma
Kátia.
Entre os procedimentos com menores pagamentos estão hemograma, que na
tabela do SUS é avaliado a R$ 4,11, eletrocardiograma (R$ 5,15), exames
de imagem (R$6,88) e consultas médicas (R$ 10). Já entre os
procedimentos cirúrgicos a menor remuneração é para cirurgia de fimose
(R$ 219), cirurgia de hérnia (R$ 376), entre outras.
“O objetivo do movimento é conseguir reajuste de 100% nos 80
procedimentos mais comuns realizados pelas entidades, caso isso não seja
aceito pelo governo, acredito que não conseguiremos fugir da
paralisação”, finalizou Kátia.
A instituição recebeu ontem a visita do deputado federal Protógenes
Queiroz, (PCdoB-SP), delegado federal licenciado que falou sobre a
importância das Santas Casas no cenário da saúde pública e explicou
sobre a burocracia para liberação de recursos. “Temos verba, o problema é
a burocratização para liberação do dinheiro”, afirma Queiroz.
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Santa Casa de Marília ameaça parar de atender pelo SUS a partir do dia 12
A situação deve ocorrer em decorrência da defasagem da tabela do SUS acumulando déficit na entidade de R$ 1,5 milhão por ano
A Santa Casa de Misericórdia de Marília ameaça paralisar os
atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde) a partir do dia 12 de
dezembro. A situação será decidida em assembleia nacional que será
realizada em Brasília, com a presença de representantes das Santas Casas
de todo país. O movimento é decorrente da ação “Tabela SUS: Reajuste
Já”
O movimento alega que as Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos do Brasil são responsáveis por 57% da assistência do SUS, por isso imprescindível ao setor público. Mas as entidades estão sofrendo com situação econômica e financeira, decorrente de déficit continuado na relação dos serviços prestados pelo SUS com os pagamentos repassados.
Segundo a superintendente da Santa Casa de Marília, Kátia Ferraz Santana, a tabela do SUS não é reajustada há 10 anos, por isso a necessidade de uma paralisação com intuito de mobilizar o governo federal.
“Caso a paralisação seja aprovada, serão mantidos apenas os atendimentos de urgência e emergência, por isso cerca de mil pessoas por dia serão prejudicadas, mas não deixaremos de realizar atendimentos que coloquem em risco a vida da população. Esse movimento busca melhorar as condições de trabalho, para não prejudicar ainda mais os usuários no futuro”, afirma Kátia.
O provedor da entidade, Milton Tedde, reafirma que os repasses são insuficientes para manter o atendimento. Segundo ele, falta bom senso do governo com a saúde pública. Durante coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem (30), a superintendente apresentou a situação financeira da entidade. Segundo ela, o valor projetado do déficit da entidade em 2012 deve ultrapassar R$ 1,5 milhão. Em 2011 a diferença entre receitas e despesas foi negativa em R$ 683 mil. No período foram repassados aos cofres da Santa Casa 25,2 milhões, enquanto os gastos ultrapassaram R$ 38 milhões.
“O governo atende apenas 60% dos gastos totais. Por mês temos um gasto de cerca de R$ 4 milhões e os repasses totalizam R$ 2,5 milhões. Tudo sobe anualmente, porém a tabela continua congelada”, reafirma Kátia.
Entre os procedimentos com menores pagamentos estão hemograma, que na tabela do SUS é avaliado a R$ 4,11, eletrocardiograma (R$ 5,15), exames de imagem (R$6,88) e consultas médicas (R$ 10). Já entre os procedimentos cirúrgicos a menor remuneração é para cirurgia de fimose (R$ 219), cirurgia de hérnia (R$ 376), entre outras.
“O objetivo do movimento é conseguir reajuste de 100% nos 80 procedimentos mais comuns realizados pelas entidades, caso isso não seja aceito pelo governo, acredito que não conseguiremos fugir da paralisação”, finalizou Kátia.
A instituição recebeu ontem a visita do deputado federal Protógenes Queiroz, (PCdoB-SP), delegado federal licenciado que falou sobre a importância das Santas Casas no cenário da saúde pública e explicou sobre a burocracia para liberação de recursos. “Temos verba, o problema é a burocratização para liberação do dinheiro”, afirma Queiroz.
O movimento alega que as Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos do Brasil são responsáveis por 57% da assistência do SUS, por isso imprescindível ao setor público. Mas as entidades estão sofrendo com situação econômica e financeira, decorrente de déficit continuado na relação dos serviços prestados pelo SUS com os pagamentos repassados.
Segundo a superintendente da Santa Casa de Marília, Kátia Ferraz Santana, a tabela do SUS não é reajustada há 10 anos, por isso a necessidade de uma paralisação com intuito de mobilizar o governo federal.
“Caso a paralisação seja aprovada, serão mantidos apenas os atendimentos de urgência e emergência, por isso cerca de mil pessoas por dia serão prejudicadas, mas não deixaremos de realizar atendimentos que coloquem em risco a vida da população. Esse movimento busca melhorar as condições de trabalho, para não prejudicar ainda mais os usuários no futuro”, afirma Kátia.
O provedor da entidade, Milton Tedde, reafirma que os repasses são insuficientes para manter o atendimento. Segundo ele, falta bom senso do governo com a saúde pública. Durante coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem (30), a superintendente apresentou a situação financeira da entidade. Segundo ela, o valor projetado do déficit da entidade em 2012 deve ultrapassar R$ 1,5 milhão. Em 2011 a diferença entre receitas e despesas foi negativa em R$ 683 mil. No período foram repassados aos cofres da Santa Casa 25,2 milhões, enquanto os gastos ultrapassaram R$ 38 milhões.
“O governo atende apenas 60% dos gastos totais. Por mês temos um gasto de cerca de R$ 4 milhões e os repasses totalizam R$ 2,5 milhões. Tudo sobe anualmente, porém a tabela continua congelada”, reafirma Kátia.
Entre os procedimentos com menores pagamentos estão hemograma, que na tabela do SUS é avaliado a R$ 4,11, eletrocardiograma (R$ 5,15), exames de imagem (R$6,88) e consultas médicas (R$ 10). Já entre os procedimentos cirúrgicos a menor remuneração é para cirurgia de fimose (R$ 219), cirurgia de hérnia (R$ 376), entre outras.
“O objetivo do movimento é conseguir reajuste de 100% nos 80 procedimentos mais comuns realizados pelas entidades, caso isso não seja aceito pelo governo, acredito que não conseguiremos fugir da paralisação”, finalizou Kátia.
A instituição recebeu ontem a visita do deputado federal Protógenes Queiroz, (PCdoB-SP), delegado federal licenciado que falou sobre a importância das Santas Casas no cenário da saúde pública e explicou sobre a burocracia para liberação de recursos. “Temos verba, o problema é a burocratização para liberação do dinheiro”, afirma Queiroz.
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