domingo, 21 de abril de 2013


Preço da saca do café cai 43%; produtores relatam prejuízos

Baixa não é repassada para o consumidor, tendo em vista que a indústria aproveita momento para aumentar rentabilidade

CONSUMIDORA - Dalva sente no bolso a alta do preço do café nos supermercados - Foto: Ricardo Prado

A constante queda no preço da saca do café já traz prejuízos aos produtores da região de Marília. O valor da saca de 60 quilos que no mesmo período do ano passado era comercializada por até R$ 500 é vendida em abril por R$ 285, uma retração de 43%. Com isso de acordo com a Coopemar (Cooperativa dos Cafeicultores de Marília), o saldo negativo em cada saca do produto é de R$ 15, isto porque a produção fica em torno de R$ 300.
Segundo o classificador e degustador de café da Coopemar, Valter Pereira dos Santos, o quadro é preocupante. A expectativa é que a solução se defina em uma reunião agendada entre o governo federal e CNC (Conselho Nacional do Café) no próximo dia 25. O Conselho deve propor o preço mínimo de R$ 340. “Os prejuízos são grandes já que o custo de venda é menor que o de produção”, comenta Santos.
O produtor Guilherme Meira afirma que para não ter prejuízos uma alternativa é investir na redução de custo por meio da mecanização. “Com irrigação e outros tipos de mecanização o produtor pode conseguir reduzir o custo a R$ 240 a saca, desta forma ele consegue não ter prejuízos, entretanto, esta modernização deve ser feita em longo prazo”.
A mesma redução não pode ser vista nas prateleiras dos supermercados já que os preços se elevaram. Uma unidade de 500 gramas do produto chega a custar R$ 8. Isto porque as indústrias aproveitam o momento para ter mais rentabilidade. “Quando o café está em alta as empresas têm dificuldade para adquirir, desta forma elas utilizam esta fase para lucrar e quem sai prejudicado é o consumidor”, diz o classificador.
A alta é confirmada pela aposentada Dalva dos Santos, 46. Ela utiliza quatro pacotes no mês e sentiu a diferença no bolso. “Por isso tenho de pesquisar e tento levar o produto com um valor mais em conta, mesmo que não seja da marca de costume”.
No ano passado a região de Marília foi responsável pela produção de 450 mil sacas. No Brasil, em 2013, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima de 47 a 52 milhões de sacas.
Entretanto, a safra de 2012 não teve alta qualidade, isto porque o período de chuvas foi irregular. Neste mês as plantações estão no período de maturação dos grãos. “Por enquanto as condições estão favoráveis, tendo em vista que a florada foi uniforme. Para garantir melhor qualidade é necessário que não chova durante a colheita em junho”, explica Santos.




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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Aposentado é atropelado e se torna 11ª vítima do trânsito de Marília

Toshikazu Yamamoto foi atingido por carreta na SP-294, próximo à Cooperativa dos Cafeicultores, a menos de um quilômetro de dois viadutos

FATAL - Atropelamento ocorreu por volta das 18h30 de ontem, próximo à Coopemar, a menos de um quilômetro de dois viadutos - Foto: Paulo Cansini

O trânsito de Marília fez sua 11ª vítima no início da noite de ontem (15), por volta das 18h30, na SP-294 (Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros), aproximadamente na altura do quilômetro 454 mais 500 metros, próximo à Cooperativa dos Cafeicultores.
Uma carreta Scania branca com placas de Ourinhos, que trafegava sentido São José do Rio Preto/Marília, atropelou o aposentado Toshikazu Yamamoto, 67, que aparentemente tentava atravessar a rodovia empurrando uma bicicleta. Com o impacto, o corpo foi arremessado por 100 metros, até ser novamente atingido por um Monza, placas BQK-0769 de Marília, que parou imediatamente para prestar socorro, mas no momento da chegada da polícia a vítima já estava sem vida. O atropelamento ocorreu a menos de um quilômetro de dois viadutos.
De acordo com informações do cabo Ventura, da Polícia Rodoviária Estadual, o motorista da carreta parou na base mais próxima da PRE para comunicar o acidente e mesmo em estado de choque relatou que não viu a vítima atravessando a via, apenas sentiu o impacto.
Segundo o genro da vítima, R.M.F., que esteve no local do acidente, antes do atropelamento o aposentado estava no supermercado da família, localizado no Jardim Bandeirantes, e saiu avisando que iria para casa, localizada na rua Piratininga. “Ele disse que iria para casa, mas não sei porque ele quis atravessar a rodovia e não usou um dos viadutos. Ele não enxergava bem à noite e sabia que não podia ficar transitando pela BR naquele horário”.
Ainda segundo o genro, Toshikazu Yamamoto tinha duas filhas e um filho, era separado e morava sozinho há algum tempo.
ESTATÍSTICAS
Essa é a segunda morte computada no trânsito de Marília em menos de 72 horas. A última vítima foi o major da Polícia Militar, Edson Itio Numazawa, 45, que faleceu em violento acidente envolvendo três carros ocorrido na SP-333 (Rodovia Rachid Rayes), na noite da última sexta-feira (12).
Apesar do número de vítimas registrados até agora em 2013, a queda é superior a 50% se comparado com a quantidade de mortes no mesmo período do ano passado, quando haviam ocorrido 21 mortes. Em todo o ano de 2012, Marília registrou 53 óbitos, entre acidentes no perímetro urbano e rodovias.




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Acusado de matar ex com pelo menos 20 facadas deve ser interrogado hoje

Policiais militares e testemunhas também serão ouvidos na primeira audiência do caso; crime aconteceu no início de fevereiro no Jardim das Primaveras, zona norte da cidade

BRUTAL - Edilson matou ex-mulher com pelo menos 20 facadas

Está prevista para o início da tarde de hoje (17) a realização da primeira audiência do processo que tem o motorista Edilson de Melo Silva, 49, como réu. Ele é acusado de matar, com pelo menos 20 facadas, a ex-mulher, a funcionária pública municipal Andréia Franchini de Melo Silva, 37, em crime ocorrido no início de fevereiro deste ano no Jardim das Primaveras, zona norte da cidade.
No procedimento, marcado para as 13h30, o juiz José Roberto Nogueira Nascimento, da 1ª Vara Criminal, deve colher o depoimento dos dois policiais militares que atenderam a ocorrência, além de testemunhas de defesa. Também é possível que o réu seja interrogado. Caso isso aconteça, a fase de instrução estará encerrada.
Edilson, que está recolhido na Penitenciária de Marília desde a data do crime, responde por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima). Caso seja pronunciado a júri popular e condenado, ele pode pegar até 30 anos de prisão em regime fechado.
O CRIME
Na tarde de 4 de fevereiro, Edilson foi até a prefeitura - local de trabalho de Andréia - exigir o fim de seu novo romance - eles estavam separados havia dois anos e ela havia iniciado um namoro há três meses. Usando uma caneta, ele tentou atacá-la, porém um colega dela interveio e evitou a agressão. A mulher registrou boletim de ocorrência de ameaça após o motorista jurar que a mataria.
Na manhã seguinte, Edilson aguardou a ex sair de casa em uma moto e passou a persegui-la com carro. Em um cruzamento, o homem jogou o carro contra a moto. Andréia conseguiu evitar o choque, porém bateu na sarjeta e caiu. Andréia correu gritando por socorro, mas foi alcançada pelo motorista, que a jogou no chão de um terreno baldio e a atacou desferindo pelo menos 20 golpes de faca.
“Ouvi o barulho dela caindo de moto e saí para ver o que estava acontecendo. Quando olhei, vi ele sentado sobre ela. Assim que ele deu a primeira facada, ela parou de gritar e ele continuou golpeando e ainda tentou quebrar o pescoço dela. Depois, ele se levantou e saiu andando normalmente. Um homem viu tudo e tentou impedir a fuga dele, mas foi ameaçado e desistiu”, relatou uma testemunha.
Após o crime, o motorista se escondeu e trancou as portas da casa da ex-mulher. Cerca de 30 minutos depois, ele concordou em se entregar. Dias depois, vândalos atacaram e incendiaram o carro de Edilson, um Chevrolet Monza.




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